Um dos grandes apelos do Kindle e outros e-readers que utilizam a tecnologia e-Ink é o forte apelo de que a tela reproduz a leitura em papel, e não cansa os olhos como as telas de LCD e LED. Além disso, ela não é tão reflexiva, o que permite a leitura mesmo com a luz do sol. Mas será que o Kindle consegue de fato substituir a leitura em papel?
Conforme eu comentei neste post onde eu explico a diferença entre o Kindle e tablets, o público-alvo do Kindle são as pessoas que gostam de ler no papel, e não gostam tanto de ler em tablets ou no computador. O Kindle tenta conquistar estas pessoas para que elas passem a ler ebooks ao invés de livros em papel. Então vamos conversar sobre o que o Kindle oferece que atende aos usuários fãs de leitura em papel, e algumas coisas que ele ainda não conseguiu fazer…
O que o Kindle tem que é tão bom quanto os livros de papel
Eu gosto muito da tela e-Ink (típica dos e-readers dedicados como Kindle, Kobo, etc), e para mim ela é tão agradável (e em alguns casos mais agradável) quanto a leitura em papel.
Como eu leio muitos livros em inglês, para mim pessoalmente o acervo disponível para o Kindle é tão bom quanto os livros de papel (em alguns casos melhor, como explicarei no próximo item). Já me deparei com pouquíssimos casos onde não encontrei um livro que eu procurava, mas não foi o suficiente para me aborrecer e considerar isso uma desvantagem.
O que o Kindle tem que é melhor do que os livros de papel
Uma das coisas que na minha opinião destacam o Kindle e o colocam em grande vantagem quando comparado com os livros de papel é o seu peso (mais leve que a maioria dos livros) e a facilidade de, mesmo sendo leve, poder levar dentro dele centenas ou até mesmo milhares de livros. Uma verdadeira biblioteca ao seu alcance naquele pequeno gadget.
Além da vantagem de carregar muitos livros facilmente, também há a vantagem de economizar muito espaço físico para guardá-los. Para quem mora em apartamento e gosta muito de comprar livros, como eu, isso é muito importante.
Isso sem contar que, se você decidir comprar um livro para lê-lo, basta uma rede wi-fi ao alcance (ou sinal 3G para os modelos que possuem esta facilidade) e em alguns minutos você terá comprado o livro, baixado-o no seu Kindle e já poderá começar a lê-lo.
A leitura do livro em si é, na minha opinião, melhor do que o papel. Você pode escolher o tipo e tamanho da fonte, adequando a visualização da página às suas necessidades com rapidez e facilidade. Precisa de letras grandes? Bastam alguns cliques e você as terá.
Durante a leitura você pode também consultar palavras que não conhece no dicionário do próprio Kindle, e também fazer busca por palavras. As anotações e destaques são sincronizados, e você terá acesso a eles em qualquer dispositivo que esteja registrado com seu usuário ou na web, e não só no volume que você usou durante a leitura.
O que o usuário pode sentir falta no Kindle
Pode parecer curioso, mas a primeira coisa que senti falta depois que comprei o Kindle e comecei a ler livros nele é a falta de um lugar para o autor autografar. É isso mesmo! Eu estava nos Estados Unidos e havia recebido o Kindle há pouco tempo, mas já havia comprado vários livros. O autor de um destes livros que eu havia comprado estaria autografando numa loja não muito distante da cidade onde eu estava, e até pensei em dirigir até lá. Mas eu tinha comprado o livro para Kindle, e fiquei imaginando como seria pedir um autógrafo mostrando o Kindle para ele autografar. No final das contas, acabei não indo devido a um compromisso que apareceu no mesmo dia, e acabei sem saber como seria a reação do autor…
Uma coisa que sinto bastante falta é a possibilidade de emprestar o livro pros amigos. Por outro lado, por não poder emprestar mais os livros que eu leio, tenho evitado perder muitos livros quando não os recebo de volta 🙂
Outro problema que pode ou não te afetar é com relação ao uso do ebook. Por causa do DRM, você acaba ficando um pouco limitado com relação a onde você poderá ler seu ebook, pois o ebook comprado numa loja, em geral só pode ser lido nos e-readers autorizados por aquela loja, e não em qualquer um que você quiser.
E você, o que acha?
Eu gostaria muito de saber sua opinião sobre este assunto. Se você tem um e-reader (Kindle, Kobo, Alfa, etc), qual é a sua percepção quando compara sua experiência lendo livros de papel e lendo livros no seu e-reader?
E se você pensa em comprar um e-reader mas tem receio que sentirá falta de alguma característica da leitura em papel, compartilhe sua opinião também.
Gostei mto dos seus textos, acabei de ganhar um kindle e estou aprendendo a mexer. Ainda tenho certa resistência em não estar com “papel” nas mãs mas acho q isso passa rs. Uma dúvida é com relação ao número de páginas, não consegui localizar, como vejo enquanto executo a leitura? Obrigada
Marcela,
Obrigada pela visita e pelo comentário!
Eu tenho dito, para todos que gostam do contato com o livro de papel, que você vai aprender a apreciar outras coisas no ebook, principalmente no Kindle. Isso não quer dizer que você vai abandonar seus livros de papel, mas é bem provável que você comece a ler determinados tipos de livros no Kindle e outros tipos você continue lendo em papel. Por exemplo, livros de não-ficção, onde você quer marcar trechos do texto, compartilhar frases com seus amigos no Facebook, etc, pode ser que você ache que é muito mais fácil fazer no Kindle, e acabe usando-o mais para este tipo de leitura.
E sua pergunta remete a outra vantagem do Kindle: como você sabe, você pode ajustar o tamanho da letra e espaçamento entre as linhas, e estas alterações acabam mudando a estrutura das páginas dinamicamente. Por exemplo, digamos que você abra um ebook, e naquele momento ele tenha 100 páginas. Aí você aumenta a fonte. Isso faz com que em cada “página” caibam menos palavras, e por isso o ebook passa a ter, depois daquela alteração, digamos 105 páginas (é só um exemplo).
Por isso, o conceito de página acaba ficando muito relativo. Você e um amigo podem estar lendo o mesmo livro, mas dependendo das customizações de cada um, a quantidade de páginas pode ser bem diferente.
Enfim, é por isso que no Kindle ele usa uma porcentagem para indicar o progresso (que você vê na barra na parte inferior da tela), e usa o “location” para indicar uma localização absoluta, e não a página. O location representa um bloco de dados (acredita-se que 128 bytes), e é absoluto, ou seja, não muda se você modificar as configurações. E é por isso que a numeração dele é tão alta, pois uma página contém vários blocos de texto, e portanto mais de um location nela.
Dito isso tudo, o Kindle não acompanha numeração de páginas.
Explicando isso para você me deu a ideia de escrever um post para explicar melhor estes conceitos para os leitores.
Avise-me se ainda tiver alguma dúvida.
Um grande abraço!
Bom dia, Cris!
Achei seu blog navegando no Google, pois queria saber quais as diferenças entre um e-reader e um tablet. Minhas dúvidas foram devidamente sanadas! Obrigada! Sou leitora voraz, e há algum tempo venho pensando em entrar para o mundo dos livros digitais por dois motivos basicamente: o espaço que ocupam os livros físicos e o valor (R$) gasto neles. Tive que doar muitos livros para a bliblioteca de minha cidade, pois não tinha mais espaço para eles nas prateleiras do escritório, e ainda, me mudei de apartamento, e imagine o peso e o tempo gasto transportando mais de 600 títulos! Ufa! Comparando valores de livros físicos com digitais, sem dúvida alguma, compensa adquirir um e-reader. Infelizmente, livros custam muito caro em nosso País. Gostei da praticidade do dicionário embutido no dispositivo, que é bastante útil, especialmente quando lemos livros clássicos. Vou adquirir um e-reader e visitar seu blog com mais frequência para acompanhar as novidades! Parabéns pelo blog, muito informativo! Abraços!
Patrícia, muito obrigada pelo seu comentário, fico muito feliz de você ter encontrado informações úteis aqui.
Eu também já doei vários livros para a biblioteca local, e estou para fazer mais uma “limpa” pois estou sem espaço. Infelizmente, morando num apartamento, o fator “espaço” é muito crítico, não é?
Eu acho que você vai gostar de usar um e-reader, acho que ele faz muito bem a ponte entre o prazer da leitura em papel com a praticidade da leitura digital.
E se tiver alguma dúvida, pode ficar à vontade para perguntar aqui no blog.
Um grande abraço!
Eu sempre gostei de ler, mas confesso que nunca fui um devorador de livros, talvez por preguiça ou por ser pão-duro mesmo (hahaha). Vi no Kindle uma ótima oportunidade pra entrar de vez no mundo da leitura, até pq não posso usar mais a desculpa da preguiça, já que posso comprar os livros de qualquer lugar que eu esteja, inclusive de casa, e também o preço é convidativo, sem contar as versões gratuitas.
Não acho que esse aparelhinho incrível vá substituir os livros impressos, não consigo ver os dois como rivais. Quando a gente quiser MUITO um livro certamente vamos comprar a versão impressa, como recordação ou talvez para sentir o peso, o cheiro, poder folhear, enfim….
Magnus, acho que a nossa geração ainda vai curtir os livros impressos por um bom tempo. Mas a nova geração, que vai chegar na idade de aprender a ler no auge dos tablets e e-readers vai ser diferente. Acho que será muito difícil cativá-los com livros impressos…
Eu mesma, hoje em dia, não leio quase nada em papel. Gosto muito do Kindle, acho muito mais prático, e confesso que tenho até comprado versões em ebooks que eu já tinha em versão impressa, para poder ler no Kindle. E como eu tenho rinite, isso também ajuda, pois tenho menos contato com “depósitos de ácaros” enquanto eu leio 🙂
E como você disse, se você lê em inglês, tem tantos livros gratuitos, que dá para ocupar o ano inteiro de leitura sem gastar nada.
Abraços!
Achei muito interessante sua observação sobre a impossibilidade dos autógrafos! Nunca tinha pensado nisso.
Valéria, pois é, curioso, não é? Fico imaginando o que as editoras vão inventar para estimular os compradores de ebooks a irem a sessões de autógrafos… Quem sabe dar uma foto impressa da capa para quem compra o ebook, para o autor poder autografar, ou tirar uma foto ao lado do autor ao invés do autógrafo (eu gostaria desta opção). Vamos ver, pois do jeito que as vendas de ebooks estão aumentando, acho que logo logo eles terão que pensar em algo.
Um grande abraço!
Eu comprei o Kindle Paperwhite há 1 mês e estou lendo muito. Adoro a tela, não cansa a vista… Estou lendo muito mais no Kindle do que lia no Ipad.
Não sinto falta do livro impresso e concordo com você, a leveza dele, a possibilidade de ter um biblioteca em qualquer lugar e a tela não reflexiva são os pontos altos.
Oi Letícia, agradeço seu comentário. Eu ainda não tive contato com o Paperwhite, gostei muito de saber que a tela dele também não cansa a vista.
Um grande abraço!