No início deste mês de julho, a loja de ebooks da Microsoft encerrou suas atividades. A Microsoft se comprometeu em reembolsar os usuários. Isso traz à tona a discussão sobre o que acontece com os ebooks de quem usa este tipo de serviço.
Este acontecimento também remota a discussão sobre o uso do DRM, e quero indicar a você este artigo publicado no OGlobo (clique no link para ler). O repórter Sérgio Matsuura conversou comigo, principalmente sobre a minha experiência com DRM (que eu já havia compartilhado aqui, onde eu também explico o que é DRM). Você encontrará alguns comentários meus ao final do artigo que ele escreveu. Você encontrará lá também um caso que eu mesma passei, quando um loja que onde eu havia comprado algumas centenas de ebooks fechou.
É triste ver um negócio assim encerrando. É triste ver o pesadelo dos usuários se tornando realidade: verem o conteúdo que adquiram legalmente desaparecer. Espero sinceramente que isso não desestimule os usuários. Eu não falo isso da boca pra fora, pois isso já aconteceu comigo, mas não me desencorajou a continuar investindo no formato digital. Mas mais que isso, espero que isso não sirva de “justificativa” para a pirataria ou violação de direitos autorais.
É triste também ver, num período onde as livrarias físicas enfrentam crises sérias, que a adoção do formato digital ainda está tão fraca. O livro digital poderia se apresentar como uma alternativa para que as editoras e autores encontrem um caminho para contornar a crise, mas isso não aconteceu (ainda). Podemos talvez apontar para o DRM como um dos responsáveis, mas será que é só isso? Por que o livro digital/ebook não emplaca no Brasil? Deixe aqui sua opinião.
Cris na minha opinião o livro fisico é completamente diferente do livro digital e isso tem a ver com uma série de factores sensoriais mas também outros relacionado à beleza, à exposição dos livros como identidade e decoração, etc. Os livros digiais não ocupam dessa forma o imaginário. No entanto são uma alternativa por exemplo, quando viajamos, quando estamos em locais que o livro fisico possa sofrer dano ou devido ao transporte é desaconselhado. Mas para isso as editoras têm de fazer algumas modificações: a primeira é tornar os livros digitais pagos como legais e sem perca dessa legalidade, havendo um servidor que regule tudo isso. Têm também de oferecer, e leu bem, oferecer o livro digital na compra do livro fisico, ou seja, um tipo de duplicado legal. Para incentivar mas também facilitar a vida das pessoas, alimentando essa ideia que o livro digital é portátil e tem vantagens inclusive de anotações. Uma terceira medida será em tornar os livros digitais muito baratos. E quando refiro muito baratos falo em menos de 50% do preço de capa. A ideia não é reduzir o valor do livro, mas permitir que se popularize e que esse mesmo livro, se o comprador quiser comprar a versão impressa desse mesmo livro, se o fizer pela mesma loja, o valor que deu no livro online abate sobre o valor total do livro físico. Numa primeira fase este tipo de medidas vai trazer mais leitores aos livros digitais. Mas se continuarem a tentar competir um livro com um e-book, podem esquecer que vão perder. Também quero aproveitar para dizer que existem alternativas de e-readers muito mais completas e interessantes que os kindle e não são abordados aqui na plataforma. Inclusive existem monitores com a tecnologia i-ink capazes de produzir video e são uma alternativa para quem quer ler na tela grande, trabalhar e sofre com dores de cabeça devido aos pixeis. Gostava de ver mais este mundo abordado aqui e não ficarmos limitados aos kindle que estão a ficar para trás! Lembro que já existe i-inks a cores. Boas leituras!
Por distração minha, acabei colocando meu comentário como resposta num outro comentário. Coloco novamente, agora no lugar certo.
Este site é muito bom e sempre recorro a ele quando tenho dúvidas sobre e-books. Tenho um Kindle e me me dei tão bem com ele que não consigo mais ler um livro “de verdade”. Também penso no que vai acontecer com meus livros virtuais no futuro. Por enquanto só posso torcer para a Amazon continuar sempre bem.
Obrigada pelo comentário, Paulo! Peço desculpas pela demora em responder.
Um grande abraço!